segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Pescado pesado, denso!

Olhem a densidade do texto Lascívia pescado do Blog Sol Noturno, aqui por ele(a) mesmo(a).
Comentarei noutra hora.
Boa Leitura!



"Lascívia

Era muito vago em sua mente a primeira vez que Fada o viu, recordou-se deste dia por palavras vindas dele mesmo. Ela não tinha certeza se havia sido daquela forma. Philotes estava presente. Confirmara. Mas, para Fada fora um dia esquecido em tantos outros.
Lembra-se da primeira vez que ouviu sua voz... um forte desejo soou em seu corpo. Teve vontade de devorá-lo. Fada o observou. Era lascívio.
O olhar de Erebos¹ penetrava suas entranhas. Imaginava como seria ser possuída por ele: fúria lascívia de satisfação do desejo e Fada excitava-se com esses pensamentos libidinosos, enquanto o observava seu desejo aumentava, ela queria entregar-se àquele ser sombrio que causava tantas sensações luxuriosas.
Fada se retraía, algo nele a temia, ela não sabia distinguir o que era, e ao mesmo tempo que queria que ele a consumisse, ela o queria distante, que nunca a tocasse.
Não entendia, ora a face sombria de Erebos a repelia, com seu jeito de parar e ficar sozinho no meio da multidão, seu silêncio sepulcral e ora a atraía, pois curiosa ela devoraria sua mente, degustaria suas idéias, consumiriam-se em seus olhares. Ele a temia.
A antítese dos desejos os distanciava, não era tempo de aproximações, era muito escuro ao lado de Erebos e Fada precisava de luz, de certezas e ele, ainda, não permitia que elas resplandecessem em todo seu corpo, a não ser quando entregava-se a lânguidos desejos noturnos ou quando as notas musicais o invadiam.
Mas, em certas noites de lua cheia em que as incertezas desaparecem e o rosto de Erebos ilumina-se, sem pensar em seus temores, se entregam, se consomem, se devoram, se permitem, gozam e acabam por descobrir que ela odeia bolos e ele adora biscoitos. Ele é a própria utopia, ela a certeza (de que nada é como gostaríamos). Eram livres. Combinavam nisso... e no atrito da cama.
Eles se temiam."

(1) Segundo a teogonia, Erebus, Érebos ou Érebo era a personificação da escuridão superior que se encontrava pouco mais funda que o manto da noite eterna de Nix. É irmão de Nix e filho de Caos. Desposou a irmã e com ela gerou o casal de gêmeos Éter e Hemera.
Erebus possuía seu reino nas trevas mais profundas de todo o Universo, como o primeiro filho de Caos nascido é o que mais próximo ficava de seu criador assim sendo as puras Trevas.
Conta-se que os
titãs pediram socorro a Érebo, mas Zeus o lançou junto com eles no inferno. Desse modo ele tornou-se a noite eterna do mundo dos mortos.
Na medida em que o pensamento mítico dos gregos se desenvolveu, Érebo deu seu nome a uma região do
Hades por onde os mortos tinham de passar imediatamente depois da morte, para entrar no Hades. Após Caronte tê-los feito atravessar o rio Aqueronte, entravam no Tártaro, o submundo propriamente dito.
Diz que quando Erebus despertasse de seu aprisionamento ele seria o primeiro dos Sete Primordiais que levaria o despertar a todos os outros, podendo assim novamente erguer seu reino que Tártaros, Nix, Urano e Caos o ajudaram a erguer em tempos mitológicos.
Tal como o nome do rei subterrâneo, Hades, o nome Érebo passou a designar também o seu reino.
Erebus era também, frequentemente usado como
sinônimo de Hades.

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