Hoje quando procurava por um e-mail achei um outro que nem me lembrava. Retirei o texto não sei de onde e como não deixei marcas, não sei qual foi seu ilustre autor. Seja de quem for, se souberem, me informem para dar devido crédito, afinal não é meu, mas adorei reler isso hoje.
É engraçado, tem coisas que fazem tanto sentido para nós em certos momentos e caem assim, do céu...
Ansiedade
Estou só e minha solidão nutre a insegurança e o medo cresce; aborreço-me de qualquer presença, embora compreenda que, só por ela, eu consigo acalmar essa ventania que me torce os nervos e se enrola dentro de mim, parecendo levar os órgãos do estômago a se dispersarem num vôo para lugar algum.
Estou só; os de fora não entendem a singularidade de minha apatia; ela cresce em descrença de tudo; por vezes me vem uma sombra, um desejo de antecipar o tempo, numa explosão vazia. Não faço isso enquanto houver unhas para roer, até que alguém me ridiculariza pelo estrago.
Bem que eu podia ficar sem essa; sinto-me ofendido e transfiro meu tédio para o ofensor; não conhece meu drama; centro nele meu asco amargo e me esqueço de mim mesmo... então percebo o início de uma mudança; foi tão simples; foi apenas um locomover da mente, uma alteração de foco. Passada a sexta-feira santa, eu já encaro a vida com olhos de sábado de aleluia. O que aconteceu comigo? Ah! Já sei: foi apenas o esquecer de mim mesmo; foi apenas um desvio da mente para outro lado.
Eu teria me livrado de tudo aquilo se tivesse feito convergência no coração, porque ali está a cura de todos males. Entendo agora aquela máxima, segundo a qual “o coração tem razões que a própria razão desconhece".