segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Neftalí Ricardo Reyes Basoalto

Neftalí Ricardo Reyes Basoalto nasceu em 12 de Julho de 1904, filho de operário ferroviário e professora primária, morta após um mês de vida dele. Aos 13 anos ganhou o terceiro lugar nos Jogos Florais de Maule (uma pequena cidade Chilena) com o poema Noturno Ideal. Estudou pedagogia em francês na Universidade do Chile onde obteve em 1923 o primeiro prêmio da festa da primavera com o poema "A Canção de Festa", em 1924, com então 20 anos, publica o livro "Veinte poemas de Amor y una canción desesperada". Foi cônsul Chileno em Yangon (capital da antiga Birmânia e atual Myanmar), na Espanha e no México. Em 1945 eleito Senador, obtém também o Prêmio Nacional de Literatura no Chile. Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford, Grã-Bretanha em 1965. Durante as eleições de 1970, abriu mão de sua candidatura à Allende para que este vencesse as eleições, pois ambos eram marxistas e acreditavam numa América Latina mais justa que, a seu ver, poderia ocorrer com o socialismo. Recebeu em 1971 o Prêmio Nobel de Literatura. Morreu em 23 de setembro de 1973 em Santiago de câncer na próstata.
O mundo o conheceu mesmo por Pablo Neruda, e a seguir um poema maravilhoso que pode ser Observado, lido e e re-lido. Desfrute-lo!


Veinte poemas de amor y una canción desesperada - Poema XVII

"Pensando, enredando sombras en la profunda soledad.
Tú también estás lejos, ah más lejos que nadie.
Pensando, soltando pájaros, desvaneciendo imágenes,
enterrando lámparas.
Campanario de brumas, qué lejos, allá arriba !
Ahogando lamentos, moliendo esperanzas sombrías,
molinero taciturno,
se te viene de bruces la noche, lejos de la ciudad.

Tu presencia es ajena, extraña a mí como una cosa.
Pienso, camino largamente, mi vida antes de ti.
Mi vida antes de nadie, mi áspera vida.
El grito frente al mar, entre las piedras,
corriendo libre, loco, en el vaho del mar.
La furia triste, el grito, la soledad del mar.
Desbocado, violento, estirado hacia el cielo.

Tú, mujer, qué eras allí, qué raya, qué varilla
de ese abanico inmenso ? Estabas lejos como ahora.
Incendio en el bosque ! Arde en cruces azules.
Arde, arde, llamea, chispea en árboles de luz.
Se derrumba, crepita. Incendio. Incendio.
Y mi alma baila herida de virutas de fuego.
Quién llama? Qué silencio poblado de ecos?
Hora de la nostalgia, hora de la alegría, hora de la soledad,
hora mía entre todas!

Bocina en que el viento pasa cantando.
Tanta pasión de llanto anudada a mi cuerpo.
Sacudida de todas las raíces,
asalto de todas las olas !
Rodaba, alegre, triste, interminable, mi alma.

Pensando, enterrando lámparas en la profunda soledad.
Quién eres tú, quién eres?"

Nenhum comentário: