quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Dilúvio

Mais uma vez, quem é Mestre dá a cara, vai daí lagarta ou gafanhoto, dê seu palpite aqui ou lá no blogue dele!

Dilúvio


Das casas o teto contemplava o céu revolto,
Um grito suplicante entre os destroços.
A salvação estava nos morros; era fugir.
Mas os morros correram com medo
E se abraçaram aos fugitivos numa ternura conivente de um silêncio manso...
E escaparam libertos e libertinos saqueando as casas; levando-as de roldão,
Entupiram as estradas e cortaram o humano o socorro.
Os sobreviventes esperavam que a fome, a sede completassem o cerco.
Vestidas de vampiros, elas rondavam os que já não tinham lágrimas.

As águas roeram o morro,
O povo no sem-socorro
Andando na contramão.
E tanta vida enterrada
À força, na compulsão.
Dos vivos sobrou a cada
Uma vida sem razão.

Quem disse que este povo não é grande?
Quem disse? Pois é.
Organizou a reação com tanta força que a natureza se enrubesceu do papelão.
Fosse acertar conta com aqueles que mexeram com ela.
Vingança barata e aleatória contra um povo indefeso e inocente!
Assim não! É covardia.
Mas a massa se muniu de armas,
Encheu a barriga dos gafanhotos,
Nutriu as lagartas e lá se foi
Em defesa do que restou.
Um cenário de guerra estrangulou a terra.
Mas as providências vão chegando para aliviar tantas orfandades.
Por sobre um povo por que tanta sina,
Que o manto rasga a Santa Catarina?

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